Que animais fantásticos são as raposas, com seu pelo variado e inteligência desmedida. A raposa está entre os poucos animais que conseguiram se adaptar, embora com dificuldade, às condições adversas de um mundo dominado pelo homem.
Elas são uma das espécies de mamíferos que cobrem uma ampla área de caça, e é por isso que às vezes conseguimos avistá-las até mesmo perto das cidades ou vilarejos.
Curiosidades sobre as Raposas
Existem cerca de 25 espécies de raposas que habitam nosso planeta. A mais comum é a raposa vermelha (Vulpes vulpes).
Trata-se de uma das espécies mais presentes e, de fato, povoa grande parte da Europa, Ásia, África, América do Norte e foi até mesmo introduzida na Austrália.
A raposa pertence à família dos Canídeos e é carnívora, mais precisamente onívora.
Sua particularidade reside na pelagem, que é de uma cor laranja escura tendendo ao avermelhado, com o ventre claro e as patas marrom-escuras (em algumas espécies, as pontas das patas são brancas).
Sua cauda, espessa e com a ponta branca, tem uma tripla funcionalidade: reconhecer outras espécies, afastar insetos ao ser agitada, ser usada como um travesseiro para dormir (parece estranho, mas é assim! Até os animais usam travesseiros para ficarem confortáveis e aquecidos).
Além disso, a cor dos olhos pode variar do laranja ao amarelo dourado. A velocidade que uma raposa pode atingir é de 72 km/h.
Estas são algumas das características mais comuns da raposa que conhecemos, mas existem outras espécies que desenvolveram peculiaridades diferentes por terem se adaptado morfologicamente a habitats menos recorrentes.
Como as Raposas caçam?
Seu modo de caçar é formidável! Uma vez que colocam sua presa “em xeque”, dão um salto de mais de 1 metro e aterrissam no corpo da vítima como um “projétil”, com a ponta do focinho e as patas dianteiras voltadas para frente.
Mas às vezes também fingem estar mortas (daí vem sua personificação do engano), para atrair a presa suficientemente perto para capturá-la.
Esses animais não são todos iguais
Como muitos de vocês sabem, por meio de documentários na TV ou por simples curiosidade, nem todas as raposas correspondem ao modelo ao qual estamos acostumados, ou seja, aquele com pelo vermelho e ponta da cauda branca.
Esta espécie animal cobre diferentes habitats, razão pela qual teve que se adaptar morfologicamente ao ambiente para sobreviver por muito tempo.
Distinguimos, de fato, a Raposa ártica, ou seja, aquela que vive no Ártico. Possui um pelo tão espesso, até mesmo sob as patas, que resiste a temperaturas que chegam a -40°C. É possível reconhecer esta raça pela cor totalmente branca de sua pelagem, mas por quê?
Trata-se de uma forma de camuflagem! Durante o inverno, a cor de seu pelo permite que se camufle com o manto de neve e não seja detectada por predadores maiores – como o urso polar. Desta forma, é livre para caçar suas presas sem ser perturbada.
No verão, no entanto, quando a tundra aparece, seu pelo muda rapidamente de tonalidade, tornando-se muito escuro, também neste caso para se confundir com o território.
Outra espécie de raposa realmente peculiar é a Raposa do deserto, também chamada de Fennec. De fato, vive no deserto do Saara e se adaptou à grande quantidade de calor reduzindo drasticamente o comprimento do pelo. A cor deste animal tende ao mostarda e se confunde muito eficazmente com a areia.
As orelhas, extremamente longas, atingem um tamanho equivalente a quase metade de seu corpo inteiro. O motivo? Além de possuir uma audição formidável, permitem que dispersem o calor.
Cavam tocas muito profundas na areia, onde se abrigam ou descansam durante o dia. Por esse motivo, as tribos nômades as chamaram de “os duendes do deserto”.
Infelizmente, até os Fennec foram domesticados
Na presença de donos humanos, o caráter reservado desses animais muda totalmente, transformando essas raposas em criaturas muito sociáveis – até mesmo com estranhos.
Normalmente, os escorpiões do Saara – que lembramos ser uma das espécies mais perigosas do mundo – têm poucos rivais. No entanto, o Fennec está entre os inimigos mais temíveis deste aracnídeo! Sua técnica de combate consiste em mordidas repetidas e arremessos ao chão destinados a atordoar e cansar o animal africano. Além disso, o veneno do escorpião, nesta raposa, não tem o mesmo efeito que tem no homem. Na maioria dos casos, os confrontos terminam com a total remoção do ferrão a golpes de presas.
Outra criatura belíssima é a Raposa tibetana. É uma das menores, com uma audição formidável e um rosto peculiar; olhos alongados e bochechas largas. O casal, monogâmico e que, portanto, permanece junto por toda a vida, caça “em colaboração” com o urso tibetano.
Incrível dizer, mas quando o urso fecha uma saída da toca do azarado da vez, a raposa se posiciona na saída oposta, pronta para capturá-lo. Infelizmente para o pobre urso, quando a presa está entre as mandíbulas da raposa, não sobra muito para dividir.
A raposa prateada é uma das mais atormentadas
Esta espécie de raposa que vive na América do Norte apresenta uma pelagem muito cobiçada, especialmente para quem adora peças de vestuário muito raras. A cor, da qual deriva o nome, é de um cinza prateado – e faz delas uma das espécies mais perseguidas por caçadores furtivos. Existem até mesmo criadouros onde esses animais são destinados à produção de peles.
Os métodos com que essas criaturas são tratadas não vamos dizer, mas não é difícil imaginar o maltrato a que são submetidas desde filhotes.
Caça à raposa
As raposas foram, e ainda são, sujeitas à maldade humana. A caça à raposa tornou-se hoje uma atividade equestre cuja justificativa reside nestas palavras:
São muitas e muito nocivas ao homem. Atacam os animais dos fazendeiros. E coisas desse nível intelectual.
Na verdade, as origens dessa prática remontam a tempos mais antigos e observam o que na época era considerado uma medida necessária que os fazendeiros adotavam para preservar seus animais de pasto e as plantações.
As raposas, de fato, eram capazes de roubar galinhas e outros pequenos animais domésticos. Os fazendeiros ingleses, para se defenderem, treinaram cães para que fossem capazes de caçá-las.
O cruel “jogo” se inspirou nessas histórias e hoje muitos cães de caça são treinados para esse objetivo.
A raposa no mundo místico
Às raposas são atribuídos uma infinidade de significados simbólicos. Na Europa, são consideradas sinônimo de esperteza e astúcia, no Cristianismo eram representadas como uma criatura do mal (característica provavelmente devido aos métodos de caça).
No Japão, a Kitsune ainda é venerada como espírito sagrado e guardião da agricultura – mas também um augúrio de boa sorte – enquanto na China prenuncia a morte dos homens.
Na Idade Média e no Renascimento, a cor vermelha de sua pelagem era interpretada como o desejo, a sexualidade e o símbolo do diabo. Muitas delas foram queimadas vivas justamente por esses motivos.
Uma lenda Inca explica como em algumas raposas, a ponta da cauda se tornou preta. Durante o dilúvio provocado pelos Deuses descontentes, os animais tiveram que se abrigar no topo de uma montanha, mas as raposas foram quase alcançadas pela água e molharam a ponta da cauda, fazendo-a ficar preta.
Para os Celtas, a raposa era um guia para acessar o mundo espiritual. Era muito respeitada e venerada por sua sabedoria e o conhecimento que tinha das florestas.
No Egito, este animal simbolizava o favor dos Deuses e, de fato, na Mesopotâmia, era caro à Deusa Ninhursag.
Folclore à parte, esta criatura se adaptou ao que o mundo se tornou hoje: um lugar inseguro, onde lutar pela sobrevivência é o único pensamento de muitos seres vivos. E infelizmente muitos deles não conseguem.
Na Finlândia…
Uma antiga lenda finlandesa tem como protagonista a raposa em um dos eventos mais bonitos que podem acontecer ao nosso planeta: a aurora boreal, em finlandês REVONTULET (fogos de raposa).
Segundo uma das muitas lendas, a raposa ártica, enquanto corria na neve, espalhava milhões de cristais cintilantes de sua cauda branca. Estes subiam ao céu, formando a aurora boreal.
A raposa corria veloz entre as montanhas cobertas de neve quando, de repente, se cansou de manter a cauda erguida. Aconteceu então que a cada passo a cauda da raposa, ao tocar a camada de neve, provocava faíscas que, voando para o céu, deram vida à aurora boreal, ou melhor, aos fogos da raposa!
– da lenda lapônica Revontulet, os fogos da raposa
Existe um animal mais inteligente?
Apesar de a raposa ser identificada como o animal esperto e astuto por excelência, existe um pássaro que é capaz até mesmo de zombar dela.
Trata-se do corvo. De fato, a raposa e o corvo vivem em um conflito contínuo para enganar um ao outro. O corvo, além de roubar a comida dos filhotes de raposa quando a mãe está longe, segue esta última durante as caçadas.
Eles a observam, estudam e esperam que capture sua presa. Depois disso, antes que ela a devore, o corvo desce ao chão e finge estar ferido, atraindo o interesse da raposa.
Esta, acreditando que ele está realmente ferido, cai na armadilha começando a persegui-lo e o corvo manca para longe para afastá-la da comida. Quando está suficientemente longe, alça voo e pousa sobre a presa da raposa, roubando-a.
Perguntas frequentes
O que a raposa faz no inverno?
Em geral, a raposa se adapta ao frio do inverno graças à sua pelagem espessa que a protege. Não hiberna, mas permanece ativa para caçar usando a audição para localizar as presas sob a neve.
Qual é o inimigo da raposa?
A raposa tem vários predadores, incluindo lobos, linces e águias. O homem representa a principal ameaça para a raposa, especialmente através da caça e da destruição dos habitats.
Qual é a comida preferida da raposa?
A raposa é onívora e a dieta varia de acordo com a estação; em geral, sua dieta é composta por pequenos mamíferos como ratos, coelhos, insetos, pássaros, mas também bagas e frutas.
Como a raposa se defende?
A raposa é um animal muito ágil e estratégico. Se ameaçada, tenta fugir rapidamente ou se esconder na vegetação, mas em casos extremos pode rosnar ou morder para intimidar o inimigo.
Qual é o comportamento da raposa?
A raposa é um animal inteligente e astuto que caça durante a noite e o crepúsculo, aproveitando o olfato e a audição. Além disso, é muito reservada e tímida, não gosta de confronto direto a menos que seja estritamente necessário ou quando é encurralada. Usa a urina para marcar território.
Onde vive a raposa na Itália?
A raposa vive em toda a península italiana, colinas e montanhas, chegando até mesmo a áreas urbanas, mas é menos comum na Planície Padana.
O que significa ver uma raposa à noite?
A raposa pode ter diferentes significados dependendo da cultura, por exemplo, os Incas acreditavam que na raposa se escondiam os grandes guerreiros. Sendo o símbolo da intuição, ver uma raposa à noite pode significar uma reflexão ou aviso, ou em outras culturas pode representar a conexão com o mundo espiritual.
O que fazer se encontrar uma raposa?
A raposa dificilmente tende a atacar, ao menor ruído, de fato, foge para a vegetação. Se encontrar uma raposa ferida, é recomendável chamar o centro de recuperação de animais selvagens mais próximo.
Que mensagem a raposa traz?
A raposa é o animal que simboliza a astúcia e a intuição na maioria dos contos folclóricos, mas às vezes é representada como uma astúcia estúpida que causa dano a si mesma e aos outros. Por exemplo, o ditado “a raposa que não alcança as uvas diz que estão verdes” é um exemplo de autoengano para proteger o próprio orgulho e, neste caso, a esperteza da raposa é considerada “estúpida”.
O que fazer quando ver uma raposa?
É muito difícil ver uma raposa na natureza porque são animais reservados e dificilmente se expõem ao homem. Mas quando se vê uma raposa, é recomendável não perturbá-la e observá-la à distância. No caso de a raposa estar visivelmente ferida ou inconsciente, é necessário chamar as autoridades competentes, como a guarda florestal, que providenciará o resgate do animal e o levará a um centro de recuperação de animais selvagens. Em alguns casos, se o animal estiver inconsciente, é possível resgatá-lo com cuidado e levá-lo a um CRAS.
O que a raposa representa na psicologia?
A raposa é um animal astuto e inteligente, capaz de se adaptar e sobreviver em contextos difíceis e hostis. Na psicologia, a raposa representa justamente a capacidade de se adaptar à mudança de forma inteligente e resolver problemas com criatividade sem se abater.
Quanto vive uma raposa ártica?
A raposa ártica na natureza vive em média de 3 a 6 anos devido aos predadores, à falta de comida e às condições climáticas extremas. Em cativeiro, pode viver até 14 anos.
Quais são os inimigos da raposa ártica?
A raposa ártica tem vários inimigos: lobos, coiotes, carcajus, águias e corujas, linces e leopardos.
Quantas raposas árticas restam no mundo?
Na Escandinávia, restam cerca de 500 exemplares de raposa ártica.
