Adrian Simancas, 24 anos, nunca esperava que sua aventura de caiaque se transformasse em um encontro próximo com uma baleia jubarte. No entanto, nas águas da Patagônia chilena, foi exatamente isso que aconteceu: o jovem foi engolido por alguns instantes pelo gigantesco cetáceo, para depois ser expelido sem ferimentos. Lembra vagamente de Pinóquio, não é?
Quando uma baleia te confunde com almoço (mas depois muda de ideia)
Mas como é possível sobreviver a uma experiência dessas? A resposta está no comportamento de alimentação das baleias jubarte, conhecido como “lunge-feeding“.
Esses animais nadam de boca aberta para capturar grandes quantidades de krill e pequenos peixes, filtrando a água através das barbatanas (uma parte da pele que desce da garganta ao longo da margem traqueal).
Adrian se encontrou na trajetória da baleia durante essa manobra, acabando acidentalmente em sua boca.
Felizmente para ele, as jubartes não são capazes de ingerir um ser humano. Seu esôfago é muito estreito e elas não possuem dentes adequados para mastigar presas de grandes dimensões. Portanto, mesmo que uma pessoa acabe inadvertidamente na boca de uma baleia, ela seria inevitavelmente expelida, exatamente como aconteceu com o caiaqueiro.
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Mas surge uma pergunta agora: por que as baleias realizam manobras de alimentação na superfície?
Isso acontece devido à distribuição do krill (organismos marinhos semelhantes a camarões) e dos pequenos peixes de que se alimentam. Esses organismos tendem a se concentrar em densas agregações perto da superfície da água, impulsionados pelas correntes e atraídos pela luz. As jubartes desenvolveram essa estratégia de caça para aproveitar ao máximo esses recursos alimentares.
Independentemente do episódio em si, é sempre importante lembrar que quando se está em águas habitadas por determinados animais (mesmo que pouco perigosos como neste caso), é bom manter a distância adequada das áreas mais povoadas de fauna. Isso, tanto por uma questão de respeito aos animais quanto pela segurança de quem navega.
